Vai para La Paz na Bolívia? Veja como chegar, o que fazer, principais pontos turísticos e dicas importantes para dar tudo certo durante a sua viagem.
Esse é um post enviado por um leitor. Se você quer ver sua viagem aqui no Mochilão Barato, entre em contato conosco através da aba contato. Então, com a palavra nosso leitor Thiago Duarte morador de Corumbá/MS.
Nos posts anteriores, Como chegar a Santa Cruz de la Sierra na Bolívia – Trem ou ônibus? e Santa Cruz de la Sierra na Bolívia – O que fazer e dicas importantes falei sobre as opções disponíveis para chegar a Santa Cruz, com destaque para as terrestres a partir da fronteira em Corumbá/MS, explicando os pontos negativos e positivos de cada uma e contei um pouco da minha experiência em Santa Cruz de la Sierra, cidade que na maioria das vezes serve apenas como ponto de chegada na Bolívia para os viajantes brasileiros, mas que tem muitos atrativos e merece ser incluída no seu roteiro pelo país.
De Santa Cruz para La Paz
Para chegar a La Paz optei por ir de ônibus. Não conhecia muito as empresas que operam por lá, mas percebi que as melhores são Trans Copacabana (melhores ônibus e pontual), Bolivar e Chino Bus. Em Santa Cruz de La Sierra não consegui achar vaga no ônibus da Trans Copacabana para o horário das 14h, então procurei até que achei uma semelhante a Trans Copacabana, a Copacabana MEN. Ao comprar a passagem a vendedora me garantiu que o veículo tinha ar-condicionado, que era necessário, já do frio de La Paz, em Santa Cruz fazia um tremendo calor e a viagem dura pelo menos 17 horas, sendo necessário climatização por um bom período, enquanto ainda faz calor.
No Terminal Bimodal de Santa Cruz de la Sierra, por volta de 13:30, passei as bagagens para empresa e fui a plataforma esperar o ônibus. Próximo das 14:00 chegou um ônibus da Trans Copacabana bonito e climatizado e o meu nada. Já era 14:30 e nada dele chegar. Nessa hora foi batendo o arrependimento da roubava que eu entrei. Meu ônibus só chegou as 15h, uma hora depois do planejado e advinha, sem a climatização prometida. Pensa o calor, 40 graus na cidade e a poltrona que escolhi era a pior possível, bem na frente, com a primeira janela vedada, Nas primeiras horas fui dormindo ou desmaiando em meio ao calor e cansaço, rs.
O clima só foi melhorar no período da noite, perto das 21:00, já próximo a cidade de Cochabamba, onde o ônibus chega a entrar e pude observar que região é muito bonita, a cidade possui ruas muito bem arborizadas e planejadas. Bem bacana passar por ali a noite, a vista de cima da estrada é lindíssima.
Após Cochabamba os trechos são só de subida em meio a belíssima Cordilheira dos Andes. Curvas sinuosas e estreitas dão um toque medo e charme a nossa aventura. A partir dai começa-se a sentir os sintomas do mal da altitude. Como havia tomado um remédio para quem faz montanhismo, não me senti tão mal, apenas um cansaço e corpo pesado. Mas tem gente que vomita e até desmaia. Importante, antes ir para esta região procure um médico, principalmente quem tem problemas cardíacos ou respiratórios, já que o cuidado deve ser redobrado. A melhor maneira de se adequar progressivamente a altura é ir parando, fique uns 2 dois dias em Cochabamba, que está a 2.500 metros de altitude e depois mais dois dias em Sucre, a 2.800 metros e só então vá pra La Paz. Dizem que é muito melhor assim.
Chegando em La Paz
Amanhecendo dentro do ônibus pude observar os lindos cumes nevados da região. Antes de chegar em La Paz o ônibus entra na cidade de El Alto, que fica a impressionantes 4.000 metros de altitude, realmente muito alta mesmo. Possui cerca 1 milhão de habitante e está situada numa montanha ao lado La Paz. Nesta cidade descem a maioria das pessoas, poucos ficam para ir até a La Paz. Na verdade essa região é o subúrbio de La Paz e muitos indígenas e trabalhadores pobres utilizam o sistema rodoviário para se deslocar até a Santa Cruz ou outras localidades. A cidade tem aspecto pobre e soube que é muito perigosa, exatamente o oposto da belíssima La Paz, lugares completamente distintos e desiguais.
Cheguei em La Paz no mês de julho e o frio era absurdo, mínimas de -4 e máximas de 15ºC ao meio dia. O que me safou no ônibus foi seu sistema de calefação, único ponto positivo da viagem.
Constatei que La Paz possui sua história bem mais preservada que Santa Cruz de La Sierra. Suas ruas são bem limpas, organizadas e o mais interessante, possui sistema de água tratada. As imponentes igrejas históricas dão um charme a mais a esse belíssimo vale. O hotel em que fiquei por sorte possuía elevador, estava no quinto andar e apreciando a lindíssima vista da cidade. Ao chegar, é importante descansar e saborear o famoso chá de coca, que ajuda mesmo a adequar o corpo a altura.
Dicas de La Paz
La Paz é cheia de ladeiras inclinadíssimas, que somadas ao o mal da altitude tornaram quase que impossível pra mim caminhar pela cidade. Fiz muito uso dos táxis, que achei mais caros que em Santa Cruz. Os taxistas arrocham mesmo, como dizem aqui, já que La Paz é repleta de turistas do mundo todo, gente dos Estados Unidos, Brasil, França, Canadá, China, etc, percorrem a cidade diariamente, muito por ser caminho a Copacabana e Cusco no Peru.
Sistemas de transporte
Quanto aos meios de locomoção creio que é a cidade “mais evoluída” da Bolívia. Lá existem os modernos Pumakatari, ônibus grandes com sistema de calefação e sonoro, que avisam sobre as próximas paradas. São seis linhas que percorrem a cidade de um extremo ao outro em intervalos de 7 a 15 minutos, com passagens pagas através de cartão de vale transporte válido em toda a cidade, semelhante aos de várias cidades brasileiras.
Há também os teleféricos ou metro cable, sistema aéreo de transporte rápido e charmoso. Dele podemos ter uma vista impressionante da cidade. Atualmente são sete linhas em funcionamento. Eu percorri a linha vermelha é foi maravilhoso. Há várias estações espalhadas pela cidade e semelhante ao sistema de ônibus, compra-se o bilhete ou um cartão com direito a integração com o ônibus PumaKatari, já que muitas estação estão situadas próximas aos terminais ou estações de paradas dos ônibus, por apenas 3 Bolivianos, cerca de R$1,75.
Alguns pontos da cidade não contam com sistema Pumakatari nem com teleféricos e sim com velhos e clássicos micros. Estes são velhos mesmo, muitos datados da década de 60. E há também os famosos truffis (vans) que disputam os passageiros com os micros e congestionam ainda mais o caótico trânsito de La Paz.
Compras
A cidade já conta com modernos centros de compra como os shopping Sur e Las Torres Mall, que foi inaugurado recente e é o maior do país. A calle Jean a noite é o point para turistas e aventureiros de baixo orçamento, além de ser uma região historicamente preservada. A região sul da cidade é a mais cara e onde se concentra parte de seus shoppings, restaurantes, bares e pubs para todos os gostos.
Existem muitas feiras populares e a mais famosa é o mercado de Las Bruxas, onde vende-se de tudo, até animais mortos para oferendas. Lembrando que estamos na cidade mais indígena do mundo e a língua Aymara é segunda oficial, tanto que até nas placas do governos está tudo escrito em espanhol e depois em aymara.
Passeios
Como eu queria aventura, descolei em uma agência de turismo um pacote para conhecer a montanha nevada Chacaltaya, cujo cume fica a 5.500 metros de altitude e o parque Vale de La Luna, um passeio de um dia todo.
A Van chegou no hotel por volta das 8:30. Fomos eu e alguns turistas brasileiros e canadenses mais o motorista e um guia, que falava inglês e um espanhol bem compreensível. Ele nos mostrou ao longo do caminho a história de cada lugar, falando um pouco sobra mulheres cholitas e sua cultura, sempre alegre e simpático, nos motivando bastante. Fizemos paradas estratégicas em alguns lugares para tirar fotos. A paisagem ficava cada vez melhor e mais perigosa, conforme íamos subindo em direção a montanha nevada, passando pelas curvas estreitas a beira de precipícios. Chegou uma hora que eu fechei os olhos e rezei, rs!
Não esqueça do Seguro Viagem!
Na Bolívia o atendimento médico gratuito é muito precário. Se você ficar doente ou sofrer um acidente é provável que terá que buscar ajuda em um hospital particular e a conta pode ficar muito cara. Contrate um seguro viagem e viaje com tranquilidade. A Segurospromo vende planos por menos de R$10 por dia. Saiba mais em Seguro Viagem Internacional com desconto.
Ao chegar ao montanha a visão é deslumbrante. Existe uma casa bem rústica de apoio, mas não há banheiro e é preciso levar água e alimentos. O carro nos deixa a uma distancia de 100 metros do cume da montanha, trecho de subida inclinada que é preciso fazer caminhando, caso queira chegar ao ponto mais alto. Nesse momento seu estado de cansaço está o pior possível e eu não consegui subir os 100 metros. Fiquei no início do caminho e já estava ótimo para mim. O lugar é indescritível e a todo momento chegavam mais turistas de todo o mundo, desafiando o frio e a altitude em busca de aventura.
Saindo do monte nevado, fomos até o Vale de La Luna, na região Sul da cidade. No lugar a temperatura é um pouco mais elevada. Isso é comum em La Paz, já que em cada região da cidade há uma oscilação de temperatura, que o guia nos disse que é devido a altitude. O lugar se chama Vale de La Luna devido a um astronauta visitar a região e achar o vale parecido com o solo lunar.
Retornando para Santa Cruz
No retorno optamos por uma outra empresa de ônibus, a Trans Eldorado, e foi uma péssima ideia novamente. O ônibus saiu na hora certa, mas no decorrer da viagem senti algo diferente e o banheiro estava trancado. Falamos com auxiliar do motorista e ele disse que iria abrir mais adiante. Algumas horas depois paramos em um “restaurante de apoio”, se é que pode se dizer isso do local, onde vendiam comidas tipicas com pouco ou nenhum higiene. Nessa região andina vemos a pobreza e desigualdade da Bolívia. No banheiro não havia descarga ou torneiras, tudo era na base da baldeação de água de poços. Pensa na precariedade. Uma fila imensa pra ir ao banheiro que eu acabei desistindo. De volta ao ônibus, passada algumas horas, nada de abrirem o banheiro. A revolta dos passageiros era grande, até que o motorista parou no meio da estrada para os passageiros fazerem suas necessidades na rodovia, sem cerimônias.
Meu conselho
Em suma, a Bolívia é um país de fantásticas paisagens e culturas. Está em franco desenvolvimento e a opção de entrada pela fronteira de ônibus é super válida até a Santa Cruz de La Sierra. Acredito que para quem quiser se deslocar até as regiões de La Paz, o melhor meio seja o aéreo, muito mais seguro, rápido e barato, pois uma passagem para voos domésticos sai entre 140 a 160 reais, pelas empresas Boa (Bolivina de Aviación), Amaszonas e Ecojet. As empresas de ônibus não possuem site, mais existe o portal Tickets Bolívia, que não é muito bem atualizado, mas serve como parâmetro de preços e horários.
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Muito obrigada pelo post, eu adorei, gostaria de saber mais sobre valores dos passeios como Chacaltaya e Vale de La Luna?? Tambem como ir de La Paz para copacabana??