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MOCHILANDO PELA BOLÍVIA POR 15 DIAS COM 500 DÓLARES

Em 2010 fizemos nosso primeiro mochilão e o destino escolhido foi a Bolívia. Foram 15 dias de viagem com um orçamento apertado.

Nosso roteiro foi Campo Grande/MS x Porto Quijarro onde embarcamos no famoso Trem da Morte com destino a Santa Cruz de La Sierra, de lá fomos para La Paz onde conhecemos a Cordilheira dos Andes e sobrevivemos ao temido Downhill na estrada da morte, depois Copacabana e Lago Titicaca, de volta a La Paz e em seguida Uyuni para fazer o tour de 3 dias pelo Salar de Uyuni, então Potosi, Sucre e novamente Santa Cruz de La Sierra, de onde retornamos para a fronteira com o Brasil mais uma vez no Trem da Morte. Cada um dispunha de apenas U$500 para todas as despesas, incluindo transporte, alimentação, hospedagem e passeios. Passamos por experiências inesquecíveis e por perrengues também. Um desses perrengues foi a infecção por Salmonela que deixou o Geiser de molho por alguns dias, mas isso eu explico mais para frente.
Saímos de Campo Grande no dia 25 de junho de 2010 e chegamos em casa no dia 09 de julho. Naquela época um dólar era comprado por R$1,89 e o mesmo dólar valia BOB6,90 (bolivianos).
Os preços não estão atualizados e só servem de referência, devendo o leitor pesquisar os preços atuais. Entretanto acredito que com os mesmos 500 dólares ou menos seja possível realizar essa aventura, isso é claro, tendo como ponto de partida e chegada a cidade de Campo Grande/MS.

Disponibilizo a planilha de planejamento de gastos que utilizamos nessa viagem. Clique no link abaixo para fazer o download

Roteiro Bolívia 2010

Então, vamos ao relato!

Trem da Morte

01º Dia na Bolívia

Pegamos o ônibus da empresa Andorinha em Campo Grande com destino Corumbá às 23:59h (R$71,70). Chegamos em Corumbá por volta das 06h. Ficamos um tempo na rodoviária, já que a fronteira só abre às 08h e então pegamos um táxi até lá (R$30,00). Para quem quiser economizar tem um ônibus circular que passar perto da rodoviária e vai até a fronteira, passa a cada hora. 

Chegando na fronteira fomos direto para imigração boliviana. Viajamos com identidade e não levamos passaporte. Foi tudo tranquilo e rápido. Ali mesmo trocamos um pouco de dólares por bolivianos, coisa de vinte dólares, só para pagar a alimentação dentro do trem (não é mais possível ir direto para a imigração boliviana, atualmente é necessário passar primeiro na Polícia Federal Brasileira e pegar um carimbo de saída do país, mesmo para os brasileiros). Pegamos um táxi boliviano, que estava caindo os pedaços como quase todos na Bolívia, até o Shopping China, na zona franca perto da fronteira (BOB20,00). Era dia de jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2010. Já estávamos com as passagens do trem da morte compradas (BOB117,00) na classe Pullman já que naquele dia não iria sair o superpullman. Compramos alguns alimentos (chocolates, salgadinhos, etc) no shopping China (metade do preço do Brasil) e fomos assistir ao jogo. Tivemos que sair uns 15 min antes de acabar para ir para estação, pois nosso trem sairia às 16:30h. Um taxista boliviano queria nos cobrar BOB10,00 até a estação, coisa de 500 metros. Fomos andando mesmo. 

Na estação tudo muito tranquilo também. Levamos nossas mochilas no vagão mesmo. O espaço é enorme e os bolivianos levam malas muito grandes lá em cima. Não despache suas mochilas, levem elas no vagão. O trem estava vazio. É confortável, apesar de o Pullman não ter ar condicionado nem televisão. Se puderem, deixem para chegar na fronteira no dia que sai o Superpullman, já que a diferença de preço é mínima e tem ar condiciona e TV, não para toda hora e não entra gente vendendo alimentos a todo o momento, mas sobre isso vou falar adiante. 

O trem saiu na hora marcada, no meu vagão não tinha mais ninguém além de nós dois. Vai um policial armado no trem e ele fica circulando pelos vagões. Como o meu estava vazio ficou boa parte da viagem nele.

Bom, vamos ao começo do sofrimento.

Bolívia Trem da Morte - Pullman
Trem da Morte – Bolívia

O Pullman não tem restaurante e como não tem ar condicionado as janelas tem que ficar abertas. No início da viagem, como ainda é dia, faz muito calor. O trem para a todo momento. A impressão que tive é que se alguém no meio do nada der a mão, ele para e o cara sobe. De vez em quando vem o fiscal e confere as passagens. A cada parada, sobe um batalhão de crianças e adultos também, vendendo os mais variados tipos de comida. O cheiro é insuportável. A cada parada o trem foi enchendo mais, até em certo momento, lá pelo meio da viagem, ficou lotado. Os bolivianos falam muito, no início chega a ser insuportável. Além disso, muitos que não tomam banho e exalam um cheiro horrível. Outra coisa é a musica que colocam, no início você até acha graça dos diversos cantores brasileiros cantando em espanhol. Rolou sertanejo, axé, Roberto Carlos, Paralamas do Sucesso, etc. O problema é que depois vem à música boliviana. Pense em uma musiquinha chata e multiplique por 10. O pior é que já eram 23h e a música continuava alta. Então pedi o fiscal para abaixar. Não é que ele me atendeu e desligou. 
A dica é levar tampão de ouvido para conseguir dormir. Além disso, leve comida, pois a maioria dos brasileiros não tem estômago para comer as comidas que são vendidas no trem Pullman. 

Santa Cruz de La Sierra

02º Dia

Chegamos a Santa Cruz de La Sierra por volta das 08:30h. Estávamos muito cansados e sujos. Dentro do terminal tem caixa automático para sacar dinheiro e gente fazendo cambio. Trocamos mais alguns dólares. Como seguiríamos para La Paz naquele mesmo dia, fomos direto ao guichê da empresa Copacabana comprar as passagens. Não me recordo agora, mas tem duas empresas Copacabana. Os ônibus de uma são ótimos e da outra péssimos, ao menos em 2010. A que possuí ônibus bons é a Copacabana ME.  Além disso, perguntem se o ônibus que você vai pegar tem calefação (aquecimento), pois faz muito frio na viagem mesmo não sendo inverno. Pegamos o horário das 15:30h, parece que era um horário novo. Ônibus de três fileiras (BOB150) e segundo a atendente com calefação.

Resolvemos tomar um banho, deixar as mochilas no guarda volumes e dar uma volta na cidade. O banheiro do terminal bi modal é imundo. Acostumem-se com isso pois a maioria dos banheiros públicos ou em locais públicos, mesmo que tenha que pagar para usar (quase sempre é cobrado) não são muito limpos, para não dizer que são imundos. Outra surpresa é que não há papel higiênico nos banheiros. Quando você entra eles te dão um pedacinho que não dá pra nada. Então, sempre levem o seu na mochila. Pagamos para usar o “baño” e para “ducharnos”. Baño BOB2 e ducha BOB5. Vou inserindo algumas palavras em espanhol que são importantes para quem não fala a língua memorizar.

Baño = banheiro, privada. Ducha = chuveiro. Ir al baño = fazer o número 1 ou 2. Duchar = tomar banho.

Fomos então guardar as mochilas (BOB10). Dentro do terminal tem um balcão de atendimento ao turista. A atendente, super atenciosa, nos ensinou como chegar até a Praça Principal, inclusive falando qual ônibus pegar. Isso mesmo, ônibus. Super tranquilo, sempre que puderem optem por pegar ônibus. Além de super barato, você se insere na cultura local. Os ônibus tem letreiro na frente falando os principais pontos onde passam. Mesmo assim confirmei com o motorista e pedi que ele me avisasse quando estivesse chegando. Custou BOB1,50. Descemos a umas 3 quadras e tanto o motorista, quanto algumas pessoas que estavam no ônibus nos indicaram a direção que deveríamos seguir. 

A cidade é bonita, moderna. Parece com algumas cidades médias do Brasil. O que muda é a grande quantidade de carros velhos, apesar de haver muitos carrões. Além disso, o trânsito não tem muitas regras, mas ainda é bem melhor que o de La Paz, o que ainda iriamos descobrir. Visitamos a Igreja, muito bonita por sinal. Depois ficamos um pouco na praça, andamos pelas ruas ao redor. Fomos procurar algum lugar para almoçar. Rodamos um pouco até achar um restaurante que nos agradasse. Apesar da viagem ser econômica não economizamos nenhuma vez com comida. Sempre procuramos bons restaurantes. E apesar disso tivemos um grande problema decorrente da comida, mas isso é mais pra frente, em Copacabana. A alimentação em Santa Cruz não é tão barata quanto no resto da Bolívia, mas ainda assim pagamos o equivalente a uns R$10,00, BOB35 por um bom almoço. Depois entramos em algumas lojas. Os preços aqui não são tão bons como em La Paz, mas melhores que do Brasil. Para quem ainda estiver com reais, Santa Cruz é a última cidade onde ele vale alguma coisa. A cotação para Real era praticamente o equivalente a trocar reais por dólares no Brasil e dólares em bolivianos lá (vale checar como está atualmente). Fomos então fazer um lanche em uma lanchonete perto da Igreja. Muito bom e barato. Os salgados de lá são totalmente diferentes dos encontrados no Brasil. Até a saltenha, que aqui no MS é comum tem um gosto totalmente diferente lá. Eles têm tipo um pão de queijo, porém é bem doce. Gastamos mais ou menos uns BOB20 os dois. 

Voltamos ao ponto de ônibus, pagamos mais BOB1,50 cada um na passagem e desembarcamos em frente ao terminal Bimodal. Pegamos nossas mochilas e ficamos esperando o horário do ônibus. Em todas as rodoviárias da Bolívia há a cobrança pelo uso do terminal. Se não me engano nessa custou BOB2 e é pago em um guichê a parte, não é como aqui no Brasil que já vem embutido no valor da passagem. Embarcamos e para nossa surpresa o ônibus não tinha nem ar condicionado, nem calefação. No início da viagem faz muito calor, então passamos bastante calor. Quando começa a subir a cordilheira dos Andes faz muito frio, muito, muito frio. Ainda bem que levei minha mochila lá em cima. Isso mesmo, tem bastante espaço, então levem a sua com vocês sempre que possível. Já que na Bolívia não etiquetam as malas que vão no bagageiro dos ônibus. Então quando começou a fazer frio fui vestindo roupa, coloquei segunda pele, calça, jaqueta, etc. Por fim, usei o saco de dormir que levei comigo. Outra dica, se você tiver, leve um saco de dormir, pois vai ser útil várias vezes durante a viagem. O ônibus só faz uma parada nas 14h de viagem e logo no início, mais ou menos 18h. Para em um lugar onde os bolivianos jantam. Alias, só havia nós dois de estrangeiros no ônibus. Não encaramos a comida. Compramos uns biscoitos caseiros, que estavam bons e voltamos para o ônibus. A viagem passa por estradas muito sinuosas e perigosas. O motorista não respeita nenhuma regra de trânsito. Então é adrenalina o tempo todo. Só consegui dormir lá pelas 3 da manhã. 

Santa Cruz de la Sierra
Catedral de Santa Cruz de la Sierra
Santa Cruz de la Sierra
Catedral de Santa Cruz de la Sierra
Santa Cruz de la Sierra
Santa Cruz de la Sierra
Santa Cruz de la Sierra
Plaza de Armas Santa Cruz de la Sierra
Almoço frango Bolívia
Pollo Laz Paz

La Paz

03º Dia

Chegamos em La Paz mais ou menos 6h da manhã. Já tínhamos reserva no Hostel Copacabana. Pegamos um táxi (BOB8). A rodoviária fica perto do centro.  O hostel é simples porém confortável. Pagamos BOB140 a diária do quarto duplo com banheiro interno e com água “caliente” (quente). Sempre perguntem se a água é “caliente” porque faz muito frio em La Paz. O desayuno é simples: chá de coca (beba muito), torrada, manteiga, geleia e suco de laranja. Eles fazem cambio e existe uma agência de turismo, porém não recomendo, já que cobra preços acima do mercado ou cobrava em 2010, vale a pena checar.  

O primeiro dia em La Paz tiramos para descansar um pouco e nos acostumar com a altitude. Achava que era frescura dos jogadores de futebol que não conseguem jogar bem lá e sempre ou quase sempre perdem para os times bolivianos, porém realmente a coisa é sinistra, você mal consegue subir um vão de escada sem parar para descansar. No primeiro dia em La Paz não faça esforços desnecessários, pois pode ser até perigoso para saúde. Aproveitamos também para conhecer um pouco da cidade e fechar os passeios dos dias seguintes. Era domingo, algumas lojas não abrem, outras abrem só pela manhã e outras só pela tarde. As agências de turismo abrem. Primeiro fomos a uma feirinha no final da Calle Lampu, que é a rua do hotel. Lá você pode encontrar todo dia pode roupa de frio. Compramos alguma coisa e voltamos ao hostel. Na hora do almoço resolver experimentar o “Pollo” deles (frango). O que eles mais comem é “Pollo”. Você vai cansar de ouvir essa palavra. Fomos a uma das redes de fast food bolivianos especializadas em “Pollo”. Cada prato de “Pollo” frito, arroz, salada e “papas” (batata) fritas, ficou em torno de BOB17, com direito a um copo de suco. 

Depois do almoço fomos atrás de fechar os passeios para os próximos dias. Os preços são praticamente tabelados, algumas vezes jogam um pouco para cima, mas basta chorar um desconto (o que deve sempre ser feito na Bolívia, mesmo se você achar que o preço já está baixo) que eles fazem o preço normal. Fechamos com uma agência em frente ao hostel, já que a de lá, por incrível que pareça, não abaixa o preço de forma alguma, isso já cobrando mais que as outras pedem no início da negociação. Fechamos para o 4º dia a visita ao Tiahuanaco (BOB130), para o 5º downhill de montain bike de La Paz para Coroico (BOB350) e para o 6º dia a subida ao Chacaltaya (BOB65) (acabamos tendo um custo a mais, mas falarei sobre isso depois).

Depois fomos andar pela avenida principal de La Paz, visitamos a igreja principal, não lembro o nome, e a praça do governo, onde fica o palácio presidencial e a residência do Evo. Deparamos-nos com algo que pensamos ser Carnaval, mas que descobrimos ser uma procissão religiosa. Depois foi voltar para o hostel para enfim descansar e dormir em uma cama. Antes disso saímos para jantar e acabamos comendo uma pizza perto do hostel, cerca de BOB40, bem grande, suficiente para 3 pessoas, mas que comemos toda nós dois, e muito boa por sinal. 

Vale lembra que La Paz fica a 3600m de altitude. Assim, nossos corpos já estavam sentindo os efeitos da altitude. Dificuldade para respirar, cansaço com pequenos esforços e no caso do Geiser, muita dor de cabeça. Isso porque já estávamos tomando remédio para o mal da altitude desde Santa Cruz. Essa primeira noite foi horrível, apesar do cansaço, foi muito difícil dormir já que quase não conseguia respirar. 

Seguem algumas fotos de La Paz:

 La Paz - Bolívia
Catedral de La Paz – Bolívia
 La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
 La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
 La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
 La Paz - Bolívia
Palácio do governo – Bolívia
 La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
 La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
Apresentação folcloríca La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
Apresentação folcloríca La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia

4º dia: Tiahuanaco

Acordamos bem cedo, já que a van que leva ao passeio passa no hotel por volta das 07h. Desayunamos e logo chegou o guia do nosso passeio. A van pega outros turistas em outros hotéis e depois segue para Tiahuanaco. São cerca de 2h de viagem, passando por belas paisagens. O guia para algumas vezes para que possamos tirar fotos. Em alguns pontos tem-se uma vista de boa parte da cordilheira dos Andes. 

Tiahuanaco é a ruína de uma cidade pré-inca. Primeiro visitamos um museu, muito legal. Lá pode-se ver desde as ferramentas e utensílios utilizados por esse povo, até uma múmia. Depois vamos para as ruínas. Ventava muito e fazia muito frio, apesar do céu aberto, com poucas nuvens. As ruínas são muito interessantes, principalmente o portal del sol e os monolitos. Os Colonizadores Espanhóis destruíram boa parte da cidade para utilizar dos blocos de pedra em suas construções, inclusive tem uma igreja no povoado que foi toda construída com pedras retiradas de lá.  

Após a visita as ruínas, temos um tempo para comprar artesanato feito no povoado. Atenção, é o lugar onde se encontra os menores preços. Não faça como eu que estava com os bolivianos contados, leve um dinheiro extra para esse passeio e aproveite os preços. Depois almoçamos em um restaurante no vilarejo. Trucha, que é um peixe local com sabor parecido com o salmão (BOB30). O Brasil estava jogando nesse dia, vi parte do jogo na TV da cozinha do restaurante. Depois do almoço, retornamos para La Paz.

A noite demos mais algumas voltas pela cidade, fizemos algumas compras, principalmente tênis. Em La Paz tem uma rede de lojas que se chama Flair Play, vendem tênis originais da Nike, Adidas, etc. Comprei um Nike Shox que no Brasil custa R$500 pelo equivalente a R$160. Vale muito a pena. É original mesmo. Com certeza. O que rola é que não tem os lançamentos, normalmente são tênis que já saíram de linha no Brasil. 

Algumas fotos de Tiahuanaco:

Tiahuanaco
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Tiahuanaco - Bolívia
Tiahuanaco – Bolívia
Cordilheira dos Andes - La Paz
Cordilheira dos Andes – La Paz

5º dia: Downhill La Paz Coroico

Acordamos cedo. O passeio foi o downhill de montain bike de La Paz até Coroico. É uma descida desde 4700 até 1200 metros de altitude, em mais ou menos 5 horas. Depois do Salar de Uyuni foi o melhor passeio que fiz na viagem. Para quem gosta de montain bike é show, mas mesmo quem não costuma andar de bike, ou até mal sabe andar, é possível encarar o desafio. A dica é tomar muito cuidado, pois o passeio passa pela temida “carretera de la muerte”, em português, estrada da morte, que é a antiga estrada que ligava La Paz a Coroico. É uma estrada de terra, onde mal passa um carro, margeada todo o tempo por precipícios enormes, que podem chegar a 800 metros de profundidade e muitas vezes não é possível nem ver seu fundo. Existem diversas cruzes pelo caminho em memória das pessoas que morreram no local, muitas vítimas de acidentes automotivos, mas algumas de quedas durante o downhill. Um mês antes, uma israelita havia passado direto em uma curva com sua bike e morrei na hora. Havia uma placa escrita em hebraico em sua homenagem.

O passeio começa em um local chamado “El Cumbre”, que é uma montanha a 4700m de altitude, com presença de neve. Inclusive na estrada, que no início é asfaltada, havia bastante gelo. Vamos até esse local em uma van da agência de turismo e lá recebemos nossas bikes e equipamentos (capacete, luva, roupa impermeável e de proteção, joelheira). Eu paguei por uma bicicleta mediana e recebi uma top, coisas da Bolívia. Faz muito frio na primeira metade do passeio, então é conveniente ir com segunda pele, luvas de frio (já que as que eles emprestam apenas protegem, não aquecem), óculos escuro, cachecol e eu também usei uma bala clava. Enquanto pedalamos pela estrada asfaltada a descida é bem tranquila e dá pra apreciar bem a paisagem. Depois pegamos a verdadeira estrada da morte e aí a coisa fica mais complicada. É preciso tomar muito cuidado para não cair, já que um tombo pode ser fatal. Mas a verdade é que indo com cuidado, em uma velocidade tranquila, no final dá tudo certo. Com o tempo o cenário vai mudando, das montanhas nevadas passa-se a uma paisagem de floresta, com direito a cachoeiras no meio do caminho. Já pelo fim da descida faz bastante calor. No final paramos em um sítio, onde almoçamos e podemos curtir uma piscina, algo inimaginável horas antes. Depois de descansar, voltamos para a van e retornamos para La Paz pela estrada nova que é bem mais segura.

O nosso guia, apesar de ser atencioso, não tirou nenhuma foto que prestasse. Ainda bem que levei minha câmera e consegui tirar algumas fotos. Eles dão uma camisa maneira, dizendo “yo sobrevivi a la carretera mas peligrosa del mundo”. O retorno a La Paz ocorre por volta das 18h. Nesse dia comemos um super hamburguer em uma rede de fast food boliviana, acompanhado de papas fritas e um suco enorme. Tomamos um capuccino antes e depois ainda comemos uma torta deliciosa. Tudo saiu mais ou menos uns 50 bolivianos por pessoa. Depois foi voltar ao hostal e dormir bastante, já que o dia foi realmente cansativo.

Seguem algumas fotos do downhill:

Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Downhill Estrada da Morte - Bolívia
Downhill Estrada da Morte – La Paz
Imagem

6º dia: Chacaltaya

Nesse dia tivemos o primeiro problema na Bolívia. Por volta das 06h da manhã o telefone do quarto do hostel toca. Era o dono da agência de turismo. Segundo ele, não havia completado o grupo para subir a montanha Chacaltaya. O que ele “podia fazer por nós” era devolver o dinheiro ou então conseguir um táxi que levasse apenas nós dois até lá. Como queríamos muito conhecer o Chacaltaya perguntei quanto ficaria o táxi. Ele disse que como foi culpa da agência pagaria metade do táxi que ficaria 300BOB, descontando os 100BOB que havíamos pago pelo passeio e os 100BOB que ele pagaria, nós pagaríamos mais 100BOB. Aceitei acreditando que ele estava dizendo a verdade e sendo honesto. Alguns minutos depois o táxi chegou. Até que não era tão velho como é o padrão dos táxis bolivianos. O motorista, apesar do odor que exalava, era gente boa. O primeiro problema é que não passava de 15km/h. Isso mesmo! Para não estragar o carro, já que a estrada realmente é muito ruim.

O caminho até lá e muito bonito, passamos por lugares maravilhosos e algumas vezes ele parava para fotos. O segundo problema é que, quase chegando no alto do Chacaltaya, já é possível chegar até os 5000m de altitude de carro, vimos uma van vindo, em uma velocidade muito maior que o carro havia desenvolvido durante toda a viagem. Para nossa surpresa era a van da agência que tínhamos contratado. Pelo que entendi, apareceram alguns europeus lá e ele deve ter cobrado um valor bem superior ao que cobrou de nós brasileiros e então, como lotou a van, resolveu nos tirar dela. Havia até algumas meninas brasileiras que havíamos conhecido no dia anterior e que pagaram bem mais que nós pelo passeio. Não fiquei puto na hora para não atrapalhar o passeio, respirei fundo e curti o momento.

Chegando na base da antiga estação de esqui temos que subir os 300m de altitude restantes a pé, deve dar uma distância de 2km mais ou menos. O problema é que ai que o mal da altitude pega mesmo. Geiser, que ainda estava sentido dores de cabeça em nosso sexto dia na Bolívia, teve sua dor de cabeça triplicada e só conseguiu subir metade do caminho. Isso é claro, além da falta de ar, já que era impossível andar mais que 10 passos e não parar para descansar. Eu apesar do cansaço resolvi tentar chegar ao cume. Foi um pouco puxado, mas cheguei lá. A vista é linda, pode-se ver bem de perto o Huayna Potosí, uma montanha de 6088m de altitude e também toda cordilheira ao redor de La Paz, incluindo o Illimani, que é a montanha mais alta de La Paz, com 6462m de altitude. Ao longe, pode-se ver também o Vulção Sajama, 6542m de altitude, a montanha mais alta da Bolívia, já na fronteira com o Chile. Depois de muitas fotos, foi fazer o percurso contrário e pegar o táxi de volta até La Paz. Pelo caminho a van nos ultrapassou e nós deixou bem para trás, já que o taxista continuava a 15km/h. Chegando em La Paz, ele veio me cobrar os 100BOB, até pensei em não pagar e ir tirar satisfação na agência. Mas pensei melhor, já que ele não tinha nada a ver com a desonestidade do cara da agência e 100BOB para ele é muita coisa, já que as corridas em La Paz não ultrapassam 8BOB e para nós, seria algo em torno de R$25,00, ou R$12,50 para cada um, então não quis me estressar, paguei, fui na agência e falei com o dono que sabia que ele tinha me passado a perna, porém aquele dinheiro não ia me fazer falta e que não iria recomendar a agência dele para ninguém. 

Chegamos no Hostal mais ou menos 13h. Almoçamos um pollo frito super barato em uma das redes bolivianos de frango frito e fomos comprar nossa passagem para Copacabana no dia seguinte. Tem uma empresa que faz o trajeto apenas com turistas, cobra 25BOB e pega no hotel. Fechamos com eles, sairia às 07 da manhã e deveria chegar em Copacabana no máximo até às 11h. 

A noite fomos comer outro hamburguer, agora no Burguer King. Não há Mcdonald´s na Bolívia, mas há Burguer King que é muito melhor. O maior sanduíche, com refrigerante e batata grande ficou em torno de R$10,00. Depois foi caminhar até o hostel e novamente dormir bastante, já que no outro dia tínhamos outra aventura para curtir. 

Nesse passeio ao Chacaltaya, as pessoas que vão de van com as agências, no período da tarde vão até um local chamado Vale da Luna e já está incluso no preço. Não fomos devido ao pequeno contratempo que tivemos. 

La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia
Huayna Potosí
Huayna Potosí – La Paz
Illimani
Illimani – La Paz
Cordilheiras dos Andes - Bolívia
Cordilheiras dos Andes – Bolívia
Chacaltaya - Bolívia
Chacaltaya – La Paz
Chacaltaya - Bolívia
Chacaltaya – La Paz
Chacaltaya - Bolívia
Chacaltaya – La Paz
Chacaltaya - Bolívia
Chacaltaya – La Paz
Huayna Potosí - Bolívia
Huayna Potosí – Bolívia

Copacabana

7º dia

Mais uma vez acordamos cedo e por volta das 07h o ônibus nos buscou no hostel. Passou também para pegar vários outros turistas. O problema é que alguns não estavam prontos e tivemos que ficar esperando por algum tempo na frente dos hotéis em que eles estavam hospedados. Saímos de La Paz por volta das 08h. A viagem passa por El Alto, que é uma cidade vizinha a La Paz que fica a 4000m de altitude. O trânsito lá é caótico, o que nos atrasou mais ainda. Após passar por El Alto lindas a paisagem começa a mudar e torna-se ainda mais linda. Pode-se ver a cordilheira e também ao longe o Lago Titicaca. Como nem tudo é perfeito, apesar de escolhermos ônibus turístico, alguns gringos que insistem em não tomar banho, conseguiam aproximar-se dos nativos no quesito cheiro e outros no quesito língua grande, os caras não paravam de falar um só instante, era insuportável. Havia um grupo de judeus ortodoxos que falavam o tempo todo em hebraico e ninguém aguentava mais. Em certo momento é necessário atravessar um canal do lago. É necessário descer do ônibus e pegar um barco enquanto o ônibus vai em uma balsa. Paga-se coisa de 5BOB. O barco chega do outro lado bem antes da balsa, então dá tempo de tirar algumas fotos e comer algo. O problema é que quando nosso ônibus chegou e todo mundo entrou, aqueles judeus ortodoxos não apareceram. O guia saiu louco atrás deles e nada. Ficamos simplesmente uma hora esperando eles aparecerem. Primeiro apareceu um ou dois,  depois veio mais um, até que o guia descobriu onde eles estavam. Tinham ido calmamente almoçar. E pra acabar. E quando voltaram, fingiram que nada anormal havia acontecido. 

Deveríamos chegar em Copacabana 11h, mas chegamos já por volta de 12h15min. O barco para o passeio de meio período sai por volta das 13h, então foi o tempo de comprar o ticket (20BOB), deixar nossas mochilas em uma agência, engolir algo e correr para o barco. Fizemos apenas o passeio na parte sul da Isla del Sol. É recomendado que se passe uma noite por lá e conheça tanto o lado norte, onde ficam às ruínas incas e o lado sul. Porém como o nosso tempo estava contato, só nós restou essa opção. A viagem até a ilha é bem lenta, já que o barco vai bem devagar. A paisagem é bem bonita, mas a certo momento você está doido para que chegue logo, já que o translado demora umas duas horas. Um nativo que foi conosco no barco ofereceu serviço de guia, acho que cobrou 10BOB por pessoal. Aceitamos. Chegando na ilha, pagamos mais uns 10BOB para entrar. É interessante contratar o guia, já que ele passa informações interessantes a respeito de tudo que vemos. Subimos la escalera inca, passamos pela fonte da juventude, conhecemos o modo de plantação inca e depois visitamos um templo de mais de 1000 anos. No caminho passamos bem perto de várias llamas. Perto desse templo existe um pequeno porto onde o barco nos espera. Outra trapalhada boliviana quase aconteceu. O piloto do barco achou que estávamos demorando demais e resolveu partir sem nós. O guia quase enlouqueceu de tanto gritar e então ele resolveu voltar. Vê se pode? Estávamos dentro do tempo estabelecido. Depois ficamos sabendo que alguns turistas tinham passagem comprada para seguir para Puno às 18h e “conversaram” com o piloto, que resolveu agilizar o retorno. Gostei bastante de conhecer o local, quero voltar um dia para passar a noite e conhecer o lado norte da ilha. 

Voltamos para Copacabana, pegamos nossas mochilas e fomos procurar um hotel. Gostamos do primeiro que entramos, tinha água quente, tv a cabo e a vista era para o lago. O único problema é que o quarto era no 4º andar e subir as escadas com as mochilas foi um sacrifício. O quarto duplo ficou por 80BOB, bem mais em conta que La Paz. 

O maior problema que tivemos na Bolívia iria começar agora. Após dar algumas voltas e conhecer a magnífica igreja da cidade, fomos jantar. Procuramos um bom restaurante e nos indicaram o melhor da cidade. Resolvemos comer truta novamente, já que havia lido que a truta de Copacabana é a melhor da Bolívia, já que é no Lago Titicaca que ela é pescada e come-se o peixe fresco nessa cidade. Eu escolhi truta grelhada e meu amigo ao forno com legumes. O restaurante realmente era muito acolhedor, tinha lareira, música ao vivo, o garçom muito educado e atencioso, um telão enorme, parecia que seria o melhor jantar da viagem. Comemos, estava muito bom, mas estava um pouco salgado demais. Achamos que era o tempero. Voltamos ao hotel e fomos dormir. Duas horas depois o Geiser acordou vomitando. Passou a noite inteira vomitando e indo ao banheiro. 
Ainda não sabíamos mas havia sido infectado por salmonela.

Lago Titicaca - Bolívia
Lago Titicaca – Bolívia
Lago Titicaca - Bolívia
Lago Titicaca – Bolívia
Lago Titicaca - Bolívia
Lago Titicaca – Copacabana
Lago Titicaca - Bolívia
Isla del Sol – Copacaba
Lago Titicaca - Bolívia
Isla del Sol – Copacabana
Lago Titicaca - Bolívia
Isla del Sol – Copacabana
Catedral de Nuestra Señora de Copacabana
Catedral de Nuestra Señora de Copacabana – Bolívia

La Paz

7º, 8º, 9º dias

No outro dia pela manhã ele já estava quase sem forças, não podia nem beber água que vomitava. Compramos passagem no primeiro ônibus para La Paz, 7h eu acho. Ele foi vomitando toda a viagem, mesmo sem ter o que vomitar. Chegamos em La Paz mais ou menos 11h, pegamos um táxi e pedimos que ele nos levasse até um bom hospital. O Geiser não conseguia nem mesmo ficar em pé sozinho, já que também sentia fortes dores no corpo. Fomos atendidos rapidamente por um médico boliviano e sua tropa de alunos. Foi solicitado exame de sangue e de fezes e diagnosticado infecção por Salmonela. O médico queria interná-lo. Falou que com 3 dias internado ficava bom. Falei que não, que se fosse tão grave iríamos voltar no mesmo dia para o Brasil. Ele disse que não era necessário, que se não quisesse internar, poderia ser feito o tratamento no hotel e em 7 dias ele ficaria bom. Pedi que passasse a medicação e iríamos para o hotel. Ele aplicou uma injeção para cortar o vômito, remédio para matar a salmonela e soro para uso oral. Voltamos ao hostel Copacabana. Combinamos que se em 2 dias ele não estivesse melhor, voltaríamos para o Brasil. Ele começou a tomar os remédios, ainda sem conseguir se alimentar. Tomou muito soro. No dia seguinte já estava conseguindo comer alguma coisa, mais ainda com muita diarreia, já tendo as dores diminuído. Segundo um farmacêutico que conversei, a salmonela deveria estar nos legumes que acompanhavam a truta que ele comeu, já que truta foi ao forno, que mata a salmonela, porém os legumes estavam crus. Então a dica é só comer salada e legumes na Bolívia cozidos ou refogados. No terceiro dia já estava melhor, conseguiu se alimentar e não estava mais com diarreia. Resolvemos então seguir viagem para nosso próximo destino, o deserto de sal.

Havíamos comprado passagem de La Paz para Uyuni para o 7º dia da viagem. Iríamos voltar de Copacabana no início da tarde, já que nesse dia aconteceu o jogo em que o Brasil foi desclassificado na copa, iríamos ver em Copacabana e depois seguir para La Paz e de lá às 21h seguir para Uyuni. Compramos passagem na empresa Todo Turismo, que oferece o serviço em um ônibus executivo, com aquecimento, televisão, janta e café da manhã (U$$25). O ônibus sai de La Paz às 21h e chega em Uyuni às 06h da manhã. Assim que saímos do hospital e do Geiser estar medicado, fui até a empresa com o atestado médico, exames e receitas na mão para remarcar a passagem. Chegando lá, a atendente, que no dia da compra da passagem foi super educada e atenciosa, não me atendeu da mesma forma. Disse que estava no contrato que não havia devolução do valor pago. Falei que não queria devolução e sim viajar em outro dia, depois que meu amigo melhorasse. Mostrei o exame, a receita, o atestado e disse que não havia sido culpa nossa, que foi uma doença adquirida na Bolívia e que eles deveriam levar isso em conta. Ela falou que não podia fazer nada por mim. Então disse que no Brasil não era assim, que até uma hora antes da viagem era possível devolução do valor pago ou remarcação da passagem. Que se ela tivesse algum problema no Brasil parecido com esse, teria um tratamento diferente. Ela disse que na Bolívia não era assim. então perguntei se ela tinha certeza disso, porque iria agora mesmo até a Polícia Turística fazer uma reclamação. Aí as coisas mudaram, ela pediu um momento, ligou para a dona da empresa e voltou com um sorriso no rosto, dizendo que iria nos ajudar, só teríamos que pagar uma multa de U$$5 pela remarcação. Achei justo. A passagem ficaria em aberto até o dia que ele estivesse bem para viajar. Assim no nosso 9º dia na Bolívia, retornei lá e remarquei para o mesmo dia. Então a dica é: não coma legumes ou verduras crus e qualquer problema que tiver diga que vai procurar ou procura a Polícia Turística.

Às 21h saímos de La Paz, o ônibus realmente é muito bom, servem uma janta quente no início da viagem, além do aquecimento te dão um coberto limpo e passam uns clipes e depois um filme, meia noite tudo é desligado para todos descansarem. O aquecimento realmente funciona. O trajeto corta o deserto e as temperaturas externas ficam em torno de -20ºC, então é totalmente recomendado que ou utilizem o serviço dessa empresa de ônibus ou que vão até Oururo e de lá sigam de trêm, já que os ônibus comum não tem aquecimento e vão sentir muito frio durante a viagem.

La Paz - Bolívia
La Paz – Bolívia

Uyuni

10º dia

Chegamos em Uyuni por volta das 06h da manhã. Fazia muito, muito, muito frio mesmo. Nunca tinha sentido tanto frio. Mais ou menos -10ºC. O que eu não disse ainda é que o inverno boliviano, além de ser muito frio, é muito seco. O tempo todo você tem que ter uma pomada que eles vendem lá para passar nos lábios (manteiga de cacau não adianta) e soro para pinga no nariz. Uyuni fica a 3650m de altitude, no salar chegamos a mais de 5000m de altitude. Já na porta do ônibus haviam várias pessoas vendendo pacotes para o passeio no salar. Acho que mais por causa do frio que passávamos, resolvemos ir com um desses caras até sua agência. Ele nos ofereceu o passeio de 3 dias, com uma noite em um hotel de sal e alimentação incluída por U$85,00. Demos uma chorada, falamos que somos brasileiros e no final das contas ficou U$80, já com o aluguel de um saco de dormir para o Geiser incluído. Logo depois chegaram mais dois brasileiros e acabaram pagando U$90, mais U$5 do saco de dormir. Quer dizer, como em tudo na Bolívia, vale a pena o choro e dizer que é brasileiro, que não tem dinheiro, etc. Sempre sai desconto. Teríamos 2 horas até a saída do jipe, fomos então até um hotel em frente tomar café da manhã e usar o banheiro. Compramos água para levar no passeio e algumas guloseimas. No nosso jipe foram um argentino e uma argentina, um irlandês, um japonês e nós dois. A princípio iria uma cozinheira também, porém reclamei, já que além do banco da frente para duas pessoas além do motorista, no banco do meio cabem três e no de trás apenas duas, porém com a cozinheira, três pessoas teriam que ir nesse banco e não foi isso o combinado na agência. Reclamei e ele retirou a cozinheira. Pelo que percebi, ela era mulher do motorista e iria mais para acompanhá-lo, já que ele fez nossos almoços sem nenhuma dificuldade e a noite nos locais onde dormirmos, havia cozinheiras que faziam a janta.

O passeio começa passando pelo cemitério de trens. Achei legal mas nada de mais. Havia muito lixo lá, parece ser o lixão da cidade. Depois seguimos até um local onde pode-se comprar artesanato de sal. Atenção: é o único lugar durante todo passeio que vende e não achei na cidade, nem nas demais cidades que passei. Então não faça como eu, compre logo seu artesanato de sal ou vai ficar sem. Depois fomos em direção ao Deserto de Sal. A primeira parada é no antigo Hotel de Sal, que hoje é um museu. O local é muito interessante, todo feito de blocos de sal, até a liga é feita de uma mistura de sal, não é usado cimento. O salar é muito bonito, é possível fazer boas fotos. É necessário usar sempre óculos escuro, pois o reflexo do sol no sal pode queimar a retina. O céu ficou aberto durante os três dias, o sol brilhando forte, o que não espantava o frio.

A próxima parada foi na Isla del pescado. De longe ela tem forma de um peixe. Nela existem cactus gigantes, muito bonitos. Do alto do morro tem-se uma vista linda do salar. Paga-se entrada, não lembro ao certo, mas bem pouco. Foi lá que almoçamos. O guia mesmo preparou o almoço. Carne de llama, quinua e salada. Depois tivemos tempo para fotos. De lá seguimos para o hotel onde passamos a primeira noite, que também é de sal, muito aconchegante, apesar de ter um único banheiro para todos os hospedes e que estava bastante sujo, porém havia água quente. Foi servida uma janta quente, não me lembro o que foi, mas estava muito bom. Uma garrafa de vinho também foi servida ao grupo. Estavam hospedados por lá um grupo de ingleses (não muito simpáticos) e uma família espanhola (bastante simpáticos). A noite estava linda, o céu estrelado como nenhum de nós havia visto antes. Nessa noite fez frio, mas não tanto quanto o que nos esperava na segunda noite.

Cemitério de trens em Uyuni - Bolívia
Cemitério de trens – Uyuni
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Isla del pescado - Deserto de Sal na Bolívia
Isla del pescado – Deserto de Sal
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Deserto de Sal - Uyuni Bolívia
Deserto de Sal – Uyuni Bolívia
Hotel de de Sal do Deserto - Uyuni Bolívia
Hotel de de Sal – Uyuni Bolívia

11º dia

Tomamos um café da manhã caprichado e seguimos viagem. Nesse dia passamos pelo deserto, não mais o de sal, mas deserto mesmo, com muita terra, quase nenhuma vegetação, depois chegamos a região das lagunas coloradas, que são lagos que devido a grande concentração de minerais tem variadas cores e também passamos bem perto de diversos vulcões. Mesmo durante o dia fez muito frio e em boa parte dos lagos que passamos havia água congelada. Almoçamos às margens da laguna de los flamingos, onde como o próprio nome diz é possível ver muitos flamingos. Ao meio dia fazia muito frio, com a temperatura abaixo de 0ºC. Após o almoço entramos na região do parque da Laguna Colorada e é preciso pagar uma taxa de visitação que teve aumento recentemente e está em 150BOB. A laguna Colorada é belíssima. Pernoitamos em um hotel próximo a essa laguna. Essa noite sim foi muito fria. Dizem que chegou a -20ºC. Ninguém arriscou sair do abrigo. Havia vários grupos de diversas nacionalidades. Jantamos e depois ficamos batendo papo com o povo. Algumas pessoas tocavam violão. Antes da meia noite já estávamos deitados, já que teríamos que acordar às 5 da manhã. Nessa noite dormi com todas as roupas de frio que tinha, incluindo o casaco pesado de fibra de pluma, saco de dormir e vários cobertores por cima. Ainda assim senti frio. Conversei com uns brasileiros desavisados que não estavam com saco de dormir, nem com roupas adequadas para o frio, que disseram que quase morreram de frio a noite, passaram ela toda ao lado da lareira que tem no abrigo. Já li um relato de uma pessoa que passou muito mal nesse local por causa do frio e quase morreu de hipotermia. Então levem a serio, principalmente se forem no inverno, levem agasalho adequado e saco de dormir, se não tiverem, as agências alugam por U$5.

Salar de Uyuni - Bolívia
Salar de Uyuni – Bolívia
Salar de Uyuni - Bolívia
Salar de Uyuni – Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni - Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni – Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni - Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni – Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni - Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni – Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni - Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni – Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni - Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni – Bolívia
Salar de Uyuni - Bolívia
Salar de Uyuni – Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni - Bolívia
Vulcões no Salar de Uyuni – Bolívia
Árvore de Pedra no Salar de Uyuni - Bolívia
Árvore de Pedra no Salar de Uyuni – Bolívia
Lagunas Coloradas - Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas – Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas - Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas – Salar de Uyuni Bolívia

12º dia

Acordamos às 05h para o último dia do passeio. Nosso primeiro destino foi o local onde existem os Geysers. Não é o meu companheiro de viagem não, os Geysers que é de onde vem o nome dele, são vapores de origem vulcânica que são lançados no início da manhã para fora da terra, por isso tivemos que acordar tão cedo. O café da manhã seria tomado nas águas termais. Os Geysers são magníficos. O problema é que a temperatura era de -15ºC e estávamos a um pouco mais de 5000m de altitude. Era um gelo só. Tirar a mão da luva para conseguir fotografar era um sacrifício. De lá fomos até as águas termais, que são águas aquecidas pela atividade vulcânica. Ninguém do nosso grupo teve coragem de encarar o choque térmico. Mas os gringos de outros grupos aproveitaram para tomar banho, já que durante os dois dias anteriores, das pessoas que tive contato, somente eu e Geiser tomamos banho. A galera do meu grupo no primeiro dia disse que não ia tomar banho porque a água não estava muito boa, no segundo, apesar de haver uma super ducha, super quente, falaram que não iam tomar porque no outro dia haveria o banho nas águas térmicas e quando chegamos nas águas térmicas, não entraram na água porque estava muito frio, rs. Fazer o que né? Cada um com sua cultura e nos tivemos que aguentar o mal cheiro. O resto do dia foi praticamente o percurso de volta. Ainda fomos até a fronteira com o chile deixar o nosso amigo japonês, passamos por algumas formações rochosas bem interessantes e depois foi só esperar chegar em Uyuni. 

O passeio vale muito a pena, apesar de todos os perrengues que passamos. Aviso que banheiro limpo só encontrei em dois lugares durante todo o passeio. Em um barzinho que param no primeiro dia e no alojamento da segunda noite. O banheiro das águas termais, que inclusive precisei usar, foi o banheiro mais nojento que entrei em toda a minha vida. Era melhor ter ido no mato mesmo. Mas foi o melhor passeio que fiz nessa viagem.

Chegamos em Uyuni por volta das 17h. Nosso ônibus para Potosi saia às 19h. O dono da agência havia ficado me devendo U$10. Quando fui cobrar ele fingiu que não lembrava, fez de tudo para não pagar, até que apertei ele e ele pagou. Depois de embarcar no ônibus, quando já estava todo mundo lá dentro, veio duas pessoas querendo sentar no nossos lugares. Eles chamaram a menina que vende as passagem e ela veio nos dizer que nosso nome não estava na lista. Porém compramos a passagem 3 dias antes, no dia que chegamos em Uyuni, 35BOB, e eles pedem para colocar o nome em um lista, na poltrona que quiser sentar. A lista estava vazia, nossos nomes foram os primeiros. Ela disse que nosso nome não estava na lista e não poderíamos viajar. Mostrei as passagens, falei com ela que fomos os primeiros a comprar passagem para aquela viagem e que dali não iríamos sair. Ela ficou sem saber o que fazer, conversou com os dois bolivianos que queriam sentar no nosso lugar e eles aceitaram ir lá na cabine do motorista. Não haviam outros horários ou outros ônibus indo para Postosi naquele dia, somente às 19h do outro dia. Então eles concordaram. Fica aí outra dica, não deixem que te passem para trás pela falta de organização deles. Provavelmente ela enfiou a lista que assinamos não sei onde e iniciou uma nova e esqueceu que havia vendido passagem para nós.

A viagem para Potosi dura 7 horas em uma estrada de terra que não existe. O tempo todo na beira de barranco. Param uma vez em um lugar que nem banheiro tem, vai todo mundo para o mato mesmo. Faz bastante frio. O pior é que o motorista coloca uma música horrível durante toda a viagem, a uma altura insuportável. Levem tampão de ouvido, foi o que me salvou. Chegamos em Potosi 2h da manhã. Pegamos um táxi. Como não tínhamos reservado hotel, pedi ao taxista que nos levasse até um hotel bom. Ele nos deixou na praça principal e fomos batendo de porta em porta. O primeiro era extremamente caro, no segundo achamos o preço ainda alto, mas o cansaço nos fez ficar lá mesmo, 120BOB o quarto para duas, pessoas, com banheiro compartilhado. Foi o tempo de entrar no quarto e apagar.

Geysers - Salar de Uyuni Bolívia
Geysers – Salar de Uyuni Bolívia
Geysers - Salar de Uyuni Bolívia
Geysers – Salar de Uyuni Bolívia
Termais- Salar de Uyuni Bolívia
Termais- Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas e Vulcão - Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas e Vulcão – Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas e Vulcão - Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas e Vulcão – Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas e Vulcão - Salar de Uyuni Bolívia
Lagunas Coloradas e Vulcão – Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas - Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas – Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas - Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas – Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas - Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas – Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas - Salar de Uyuni Bolívia
Formações Rochosas – Salar de Uyuni Bolívia
Llamas - Salar de Uyuni Bolívia
Llamas – Salar de Uyuni Bolívia

13º dia

Como perdemos 3 dias em La Paz por causa da Salmonela, nosso tempo estava contado. Eu tinha que estar no Brasil em 3 dias para trabalhar. Acordamos lá pelas 9h, tomamos café da manhã e eu fui tentar comprar passagem aérea de Sucre para Santa Cruz, porém os voos estavam todos lotados. Resolvemos partir então naquele mesmo dia para Sucre e de lá seguir direto para Santa Cruz de ônibus. Sabia que os ônibus para Sucre partiam após às 12h e que seriam 3h de viagem e que de Sucre para Santa Cruz haveriam ônibus após às 17h, sendo 14h de viagem, em uma das piores estradas da Bolívia. Pegamos um circular (1BOB) que nos deixou na rodoviária da cidade. Tentamos primeiro passagem direto para Santa Cruz, mas somente uma empresa fazia e já estavam esgotadas. Conseguimos para Sucre às 14h (20BOB), então foi o tempo de voltar ao hotel, fechar a conta e pegar um táxi de volta a rodoviária. Almoçamos por lá e embarcamos. Depois de mais ou menos 1h de viagem, o ônibus perdeu o freio. Ficamos mais ou menos meia hora parados até o motorista trocar as pastilhas de freio. O pior é que ele já sabia que estava acabando, mas falou que só trocam quando acaba de vez. 

Foto da Terminal Rodoviário de Potosi:

Potosí - Bolívia
Potosí – Bolívia

Potosi é uma cidade bonita, com vários prédios e igrejas da época da colonização. Vale a pena a visita, pena que não conseguimos conhecer melhor a cidade.

Chegamos em Sucre, que diferente de Potosi que tem uma linda e moderna rodoviária, tem uma rodoviária muito feia. Foi o único lugar onde alguém tentou nos roubar durante toda a viagem. Fomos de guichê em guichê tentando comprar passagem para aquele mesmo dia para Santa Cruz e percebi que um boliviano estava nos seguindo. Ele olhava para as nossas mochilas. Vi o que ele queria e virei para o Geiser e falei para ele tomar cuidado com o cara que ele era ladrão, o cara, apesar de eu ter falado em português entendeu e se mandou.
Não havia mais passagem para Santa Cruz, somente para o próximo dia. Vimos os ônibus que faziam o trajeto, era um mais velho que o outro. Muito velho mesmo, mesmo para os padrões bolivianos. Sabia que a estrada era muito ruim e já tinha lido péssimos relatos sobre esse trajeto aqui no fórum. Resolvemos não comprar passagem para o outro dia e ir para a cidade tentar novamente nas empresas aéreas. Pegamos um táxi e chegamos ao centro histórico de Sucre. Realmente é muito bonito. Mas naquele momento só nos interessava achar alguma passagem de avião para Santa Cruz. Fomos na maior empresa aérea boliviana, a AerorSul e só havia passagem para 3 ou 4 dias. Fomos na empresa T.A.M, que não é a nossa Tam e sim Transporte Militar Boliviano e só havia passagem para duas semanas. Então desistimos e fomos procurar um hotel. Acabamos ficando no primeiro que entramos. Era bom, com TV a cabo, com canais brasileiros inclusive, banheiro privativo e um bom café da manhã (160BOB). Foi aí que o atendente nos falou que existia outra empresa aérea, a BOA. Corremos até lá e quase não acreditei quando a atendente disse, com uma cara de quem dá uma má notícia, que não havia mais passagem para o voo direto para Santa Cruz, que custava U$45, mas havia duas, exatamente duas, para o voo que fazia escala em La Paz, porU$55. Demos um pulo de alegria, um casal de bolivianos ao lado também queria passagem para o outro dia e pegamos as últimas duas, a atendente deles perguntou para a nossa se ficaríamos com as passagens, porque eles estavam interessados. Falamos com ela que sim. Ela emitiu os bilhetes e fomos pagar. O problema é que nossa dinheiro estava contado e teríamos que passar no cartão de crédito. E não é que o cartão não passou, não por falta de limite, mas porque a empresa bloqueou, porque usamos ele outras 3 vezes na Bolívia e eles acharam que era fraude. Falei com a atendente que iria até o hotel buscar um cartão de débito e ela disse que só poderia esperar 15min. Corri muito a 3600m de altitude, faltou ar, mas cheguei a tempo e o cartão passou. Ufa, agora podíamos descansar e conhecer a cidade. Porém para chegar a tempo ao Brasil, teríamos que chegar em Santa Cruz no outro dia às 12h e correr para a estação do trem da morte e comprar passagem para o sulperpullman às 16h. Tentei comprar por alguma agência em Sucre, mas me disseram que não vendiam. Liguei na estação em Santa Cruz e o atendente me disse que até aquele momento estava vazio, que eu não deveria ter problemas para conseguir a passagem.

Voltamos para o hotel, tomamos banho, descansamos um pouco e a noite saímos para conhecer um pouco da cidade. Realmente muito bonito, bem diferente de todas as cidades que conhecemos na Bolívia. Até o povo é diferente, já que lá a maioria tem ascendência européia, quase não se vê indígenas. Compramos algumas lembranças e fomos a uma pizzaria muito boa, onde a pizza saiu por 40BOB. Depois foi voltar ao hotel e descansar bastante.

Fotos de sucre:

Sucre - Bolívia
Sucre – Bolívia
Sucre - Bolívia
Sucre – Bolívia
Sucre - Bolívia
Sucre – Bolívia
Sucre - Bolívia
Sucre – Bolívia
Sucre - Bolívia
Sucre – Bolívia
Sucre - Bolívia
Sucre – Bolívia

14º dia

Acordamos às 08h, tomamos café da manhã, enfim um café da manhã parecido com os de hotéis brasileiros, onde era possível comer a vontade e havia algumas opções de sucos, pães, bolos e frutas. Demos uma volta na cidade, voltamos ao hotel, pegamos nossas coisas e seguimos de táxi para o aeroporto. 
O aeroporto era bem estruturado, porém havia um rigor excessivo em relação a revista dos passageiros, o que ocasionou uma grande fila.
O voo saiu no horário marcado, aeronave boa, boeing 767, igual aos da Gol. A vista da Cordilheira dos Andes lá de cima é linda. Boa parte do tempo voamos bem ao lado dela. Pouso tranquilo em La Paz e escala de alguns minutos e seguimos para Santa Cruz. Tudo tranquilo nesse trecho também. Desembarcamos em Santa Cruz por volta das 14h. Corremos para pegar um táxi que nos levou até o terminal bi-modal. Teríamos que conseguir passagem para o trem que saia às 16h, senão só no outro dia e teríamos que dormir em Santa Cruz, já que até o voo da Gol que sairia naquele dia direto para Campo Grande estava lotado. Entrei na fila e quando chegou a minha vez a atendente disse que só haviam duas passagens e que eram em poltronas separadas. Putz, conseguimos as duas últimas passagem de avião e agora as duas últimas passagem do trem. Compramos e logo que sai do guichê ela colocou um aviso falando que só havia passagem para daqui 2 dias. Ficamos muito feliz, rs! Às 16h o trem saiu. O superpullman diferente do pullman da ida, tem ar condicionado, tv com vários filmes e um vagão restaurante, onde jantamos. Não entra gente vendendo coisas e para bem menos, tanto que a viagem encurta em algumas horas. A viagem foi tranquila, dormimos bastante, apesar de nossas passagem serem em poltronas separadas, conseguimos trocar com uma boliviana e sentamos juntos no início da viagem. Quando o trem esvaziou, cada um ficou com duas poltronas e deu pra dormir bastante.

15º dia

Chegamos em Porto Quijarro por volta das 07h. A viagem foi tranquila. Pegamos um táxi até a fronteira, demos a saída na imigração Boliviana, pegamos um táxi e seguimos para rodoviária de Corumbá. Estávamos de volta ao Brasil! Pra variar, conseguimos as duas últimas passagens para o próximo ônibus para Campo Grande, rs! Parece mentira mas é verdade. Quando chegamos na parada, comemos como dois famintos, já que havia 15 dias que não comíamos comida de verdade.

Aeroporto de Sucre - Bolívia
Aeroporto de Sucre – Bolívia
Cordilheira dos Andes - Bolívia
Cordilheira dos Andes – Bolívia
Cordilheira dos Andes - Bolívia
Cordilheira dos Andes – Bolívia
Cordilheira dos Andes - Bolívia
Cordilheira dos Andes – Bolívia
El Alto - Bolívia
El Alto – Bolívia
Aeroporto de La Paz - Bolívia
Aeroporto de La Paz – Bolívia


Era o fim de nossa viagem. Fica a saudade e a vontade de fazer várias outras nesse estilo. Aprendemos muitas coisas na viagem. É uma lição de vida. Conviver com outra cultura, outra língua, com um povo tão sofrido e tão batalhador. Aprendemos acima de tudo a dar valor ao que temos. As lindas paisagens que conhecemos serviram para retirar todo o estresse de um ano de trabalho e renovar as forças. 

Espero com esse relato ajudar àqueles que querem conhecer a Bolívia.

Qualquer coisa é só perguntar.

Abraços!


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30 comentários

  1. mochileiro 10/08/2014
  2. Lucas 12/08/2014
    • Mochilão Barato 12/08/2014
    • Carmona 21/09/2017
  3. Tiago Ssanha 15/08/2014
    • Mochilão Barato 16/08/2014
  4. Lívia 09/12/2014
    • Mochilão Barato 13/12/2014
  5. Fabricio Moura 30/11/2015
    • Rozembergue 30/11/2015
    • Rozembergue 03/12/2015
  6. Augusto 03/12/2015
    • Rozembergue 03/12/2015
  7. Anônimo 07/07/2016
    • Mochilão Barato 07/07/2016
  8. Rose 27/09/2016
    • Mochilão Barato 27/09/2016
  9. Reinaldo Müller 30/03/2018
    • Mochilão Barato 01/04/2018
  10. Carlos 29/07/2018
    • Mochilão Barato 11/09/2018
  11. Kabeca Lima 11/09/2018
    • Mochilão Barato 11/09/2018
    • Mochilão Barato 22/10/2018
  12. dijailso 16/11/2020
    • redação 19/11/2020

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